sábado, 27 de outubro de 2012

Pensamento da Semana - Medo de punição e culpas

 Pergunta: Mesmo tentando mudar e tentando ser uma pessoa melhor, eu me preocupo em ser punido pelos meus pecados anteriores.

Resposta: Nós nunca somos punidos por causa de erros passados! Na verdade, os próprios erros são a punição. Os erros carregam suas próprias punições. A verdade é que o conceito de punição futura é o que permite que as pessoas cometam os pecados; é confortável saber que se pode pecar agora e pagar depois, talvez só no dia do Juízo Final ou em outra vida! O fato é que pecado e punição sempre andam juntos. E eu não estou falando de roubo ou assassinato. Para mim, pecado é qualquer ato que é cometido sem consciência.

Até mesmo comer demasiado é um pecado - e geralmente traz sua punição após algum tempo. Quando você fica com raiva, com inveja ou age de forma vingativa, está cometendo uma violência contra seu próprio ser. O seu estado interior é perturbado, sua paz é arruinada. Até mesmo alguns poucos minutos de raiva conseguem envenenar todo o seu organismo, e horas ou dias têm que passar para que você volte ao seu estado normal. Esse é o seu pecado, e o seu sofrimento.

A culpa é a forma maior e mais comum de punição que você pode aplicar a si mesmo. As pessoas geralmente pagam por pecados pequenos, inteiramente perdoáveis, com anos de culpa desnecessária, assim como você está fazendo agora! A verdade é que, quando você abandona a culpa, também abandona o erro. Uma pessoa cometendo adultério pode estar tão perdidamente apaixonada que não tem nenhuma consciência do seu erro. Sem culpa, ela não é mais uma pecadora, apenas uma apaixonada.

É isso que são os verdadeiros céu e inferno - estados psicológicos. Você não conseguirá encontrá-los num mapa do universo - eles só existem na sua mente. E a preocupação e culpa são a maneira mais fácil de se entrar no inferno.

A culpa é útil até certo ponto, pois impede que você cometa o mesmo erro duas vezes. Se você aprendeu a lição, é hora de abandonar a culpa. Não faz sentido se preocupar com erros já cometidos; não há pecado maior que se recusar a deixar o passado ir embora!

(Extraído do livro "Da preocupação ao deslumbramento")

sábado, 20 de outubro de 2012

Pensamento da Semana - Intensidade

 Você pode já ter notado: Quando você faz qualquer coisa intensamente, você se esquece de si mesmo. Você pode ter passado por isso muitas vezes em sua vida. Pode ser qualquer coisa que você faz. Pode ser simples como colorir, pintar ou ler….  Qualquer coisa. Quando você entra profundamente no ato, se esquece de si mesmo. Quando você tiver uma dor de cabeça forte, tente fazer algo interessante muito profundamente; sua dor de cabeça irá embora.  

Veja: porque você está continuamente atento à sua cabeça, a dor de cabeça continua o incomodando. No momento em que você se aprofunda em qualquer outra coisa e perde consciência da sua cabeça, sua dor de cabeça simplesmente desaparece. Só quando você se lembra da sua cabeça é que você consegue ter dor de cabeça. Quando você entra profundamente em qualquer emoção, só aquela emoção permanece e você deixa de existir. É isto que quero dizer com 'totalidade.'
  
Este momento de “você desaparecendo”, você pode vivenciar durante apenas alguns segundos. Mas se você se esforça para ser intenso e total em tudo, esta experiência de “você desaparecendo” acontecerá mais freqüentemente e durante períodos mais longos também. Logo, você dominará a arte de trabalhar intensamente, e ficar ausente! Você pode então ligar e desligar à vontade. Você se torna independente do trabalho que acontece do lado de fora.

(Extraído do livro "Soluções Garantidas")

sábado, 13 de outubro de 2012

Perguntas e Respostas - Par

 Pergunta: Eu acabei de encontrar um par perfeito, mas estou tão preocupada que este relacionamento seja bom demais para durar!

Resposta: Bom demais para durar! Isso é o cúmulo da preocupação! Se preocupar com o que não ter com que se preocupar é o jogo mais sagaz da mente. A mente nunca deixa você relaxar no momento presente - ela fica obrigando você a pensar no passado e no futuro. Mas amar é esquecer tanto o passado quanto o futuro - entregar-se às maravilhas do presente.

Examine as verdadeiras causas do seu medo. Algo simplesmente lindo está acontecendo com você. Tão lindo que você começa a achar que não fez nada para merecer! E você começa a se preocupar com o momento em que tudo estiver terminado. Quando é que ele vai encontrar alguém mais bonita, mais talentosa, mais rica? Como vou impedir isso? O que vai acontecer se ele for embora?

Mas não importa o quanto você se preocupe, existe alguma forma de impedir que isso aconteça? Você não possui o namorado. Você nem mesmo sabe quando ele pode mudar de idéia - você não entende nem mesmo as suas próprias idéias! Imaginar que você tem o controle da situação é uma completa tolice. Tentar prender demais um relacionamento é a maneira mais rápida de destruí-lo. Em última análise, todas as inseguranças surgem da falta de autoconfiança. No amor, você simplesmente tem que confiar em si mesma. Só então você consegue confiar no seu parceiro, e no seu relacionamento. Não há outro jeito.

Logicamente, ninguém pode prometer que o relacionamento vai durar. Por que você quer que ele dure? Mudança é a natureza da vida. Aceite que o relacionamento está aqui hoje, e que ele é belo. Sim, ele pode não ser o mesmo amanhã. Isso não é um motivo mais que suficiente para desfrutar dele hoje? Haverá tempo suficiente para sentir dor quando ele terminar!

E a verdade é que, se você amar completamente, com todo o seu ser, não haverá sofrimento em terminar um relacionamento que não funciona mais. Ter medo de amar simplesmente porque pode ser que o relacionamento não dure é tão tolo quanto recusar-se a viver porque você tem certeza de que vai morrer um dia!

(Extraído do livro "Da preocupação ao deslumbramento")

sábado, 6 de outubro de 2012

Perguntas e repostas - Comparação

 Pergunta: Como deixar de me comparar com os outros e não ficar infeliz?

Resposta: Pelo menos você percebeu que a comparação só traz infelicidade - já é um bom começo! Buda fala algo tremendamente significativo. Ele diz: "Nada existe, exceto em comparação. Tudo é relativo, e só tem significado quando se relaciona com alguma outra coisa".

Quais são as palavras que você utiliza para se comparar com os outros?

Lindo. Rico. Inteligente. Azarado. Jovem. Fraco. E daí por diante. Agora, imagine-se em outro planeta, onde não exista ninguém além de você. Você será lindo ou feio? Alto ou baixo? Rico ou pobre? Sem ninguém com quem se comparar, essas palavras perdem o significado, pois são apenas conceitos criados pela mente, não têm existência real.

Experimente isto. Feche os olhos por alguns instantes. Imagine-se totalmente sozinho no mundo. Você se sente lindo ou feio por dentro? Sábio ou tolo? O que seriam todos esses conceitos? Só permanece o fato de que você existe - porque esta é a única verdade.

Comparar a si mesmo com outra pessoa é uma tolice - porque você jamais poderá ser outra pessoa e ninguém poderá ser você. Olhe ao seu redor. Você conhece alguém que seja exatamente igual a você? Você não percebe como é especial?

Conta-se que o discípulo de um Mestre Zen uma vez perguntou: "Mestre, quando me tornarei como o Buda?"

Em resposta, o mestre deu um tapa no rosto do discípulo furiosamente.

Por quê? Será que o discípulo estava querendo demais? Não. O mestre simplesmente teve que chocar o discípulo para que ele percebesse que já era um Buda! Como você pode se tornar algo que já é? Você está tão desconectado com seu ser interno que se esqueceu de como é extraordinário. Quando perceber isto, a necessidade de comparar desaparecerá naturalmente. Mesmo que queria comparar, verá que cada pessoa é tão diferente que como é possível achar um ponto de referência?

Desta forma, abandone o hábito de comparar. Lembre-se você é único, assim como todo mundo!



(Extraído do livro "Da preocupação ao deslumbramento")