Pequena História - Aprenda a dirigir o carro!

 Nitti Mudaliar comprou um carro novo e saiu com ele pela primeira vez. Ele dirigiu sem parar, quilômetros e quilômetros pela cidade. As pessoas olhavam, admiradas, mas Nitti estava morrendo de medo. Assim que partiu com o carro, ele percebeu que sabia absolutamente tudo a respeito dele, exceto uma coisa: como frear!

Para sorte de todos, o carro finalmente parou após bater em uma árvore. Um passante, perplexo, perguntou a Nitti: "O que há de errado com você? Você sabe dirigir?". "É claro que sei", gritou ele, indignado. "Só não sei como parar!".

Na verdade, Nitti não estava guiando o carro - estava sendo guiado por ele. O carro é que estava no controle, não ele. Dirigir significa ter a habilidade de fazer o carro andar e parar de acordo com sua vontade, não com a do carro.

Da mesma forma, você está dirigindo um veículo que não sabe como parar - a sua mente. Tente parar, mesmo que por apenas alguns instantes, a sua conversa interna. Você consegue? Quando você tenta pará-la, o fluxo de pensamentos se torna ainda mais incontrolável. É como se você estivesse amarrado com o cinto de segurança, e o carro tivesse a liberdade de ir para qualquer lugar que decidisse ir. Pelo menos, num acidente físico, perdemos apenas um corpo, uma vida - mas quando nos tornamos escravos da conversa interna, podemos passar vida após vida sendo levados para dar uma volta. E sendo conduzidos pela vida como loucos - sem propósito, sem consciência, sem nem entender quais serão os resultados!
(Extraído do livro "Da preocupação ao deslumbramento")

 Com o amor comum, há toda possibilidade que você se sinta enganado. As pessoas amam pela riqueza, pelos favores que lhes são feitos, pelas palavras de conselho que elas recebem quando estão em dificuldades, pelos esquecimentos alheios que podem explorar … e por vários outros motivos. O amor sempre vem com um motivo. O amor sempre vem com uma expectativa.
  
Mas as pessoas nunca aceitarão isto como sendo um fato. Elas não aceitam porque são iludidas por seu próprio amor comum. Eles pensam que é desse modo que o amor acontecerá. E elas pensam que são amorosas e que eu estou fazendo pouco caso de seu amor.

Pensamento da Semana - Conversa Interna

 Todos nós damos vazão a dois tipos de conversa - a "conversa externa" e a "conversa interna". Falar com outras pessoas é o que, geralmente, chamamos de conversa. Mas o que dizer das conversas inaudíveis e internas que acontecem o tempo todo dentro de nós? Essa conversa interna contínua, descontrolada, que se apodera do seu ser sem a sua permissão, é o presente da mente - a fonte de todas as preocupações. Essa conversa interna se torna seu verdadeiro mestre.

Na conversa interna, não há pausa no discurso, nem por um momento. É, de certa forma, uma loucura. Conversar com os outros é apenas uma maneira de fugir do próprio ser, da própria conversa interna. É por isso que há tanta conversa acontecendo no mundo!

Não é fácil entender o que quer dizer conversa interior. Faça essa experiência. Sente-se com os olhos fechados. Não se concentre em nenhum assunto. Depois de alguns instantes, você vai perceber que há um fluxo contínuo de pensamentos dentro da sua mente. Escreva, honestamente, qualquer pensamento que apareça na sua mente. Faça isto por cinco minutos.

Agora, sente-se e leia o que está escrito. Você vai ficar chocado com o que vai ler! Essa é uma amostra da sua conversa interior. De como os seus pensamentos são desconectados! De como são irrelevantes, contraditórios e sem sentido. Agora, você percebe o hospício que existe dentro de sua cabeça? Essa é a verdadeira natureza de sua mente - esse fluxo de pensamentos completamente descontrolado, essa expressão de insanidade. Foi a essa mente que você confiou a sua vida. Foi essa mente que inventou todas as suas preocupações. É essa mente que vive a sua vida por você. Simplesmente entenda isso, e você já terá dado um salto quântico em direção à liberdade de suas preocupações.

(Extraído do livro "Da preocupação ao deslumbramento")

Uma pequena história - Feira de Troca de Preocupações

 Em um certo reino, o rei notou que todos estavam deprimidos, pois sentiam que estavam sobrecarregados com mais preocupações do deveriam ter, ao passo que os demais pareciam não ter nada com o que se preocupar. Então o rei anunciou uma "Feira de Troca de Preocupações", no qual as pessoas poderiam negociar suas grandes preocupações por outras preocupações menores. Uma grande área, em cujo centro ficava um grande Vaso de Preocupações, foi preparada. Lá, cada pessoa poderia despejar alegremente suas preocupações e pegar as preocupações de qualquer outra pessoa que escolhesse. O reinado inteiro se reuniu para o evento. Desconhecidos se juntaram e começaram a conversar entre si. Depois de certo tempo, foi anunciado o início do evento. Sem surpresa alguma, nem uma única pessoa veio à frente - afinal, quem gostaria de deixar suas pequenas e familiares preocupações para assumir preocupações desconhecidas e de outras pessoas?

Antes de tentar amenizar nossas preocupações, precisamos entender exatamente o que acontece dentro de nós quando nos preocupamos. Apenas observe a sua mente enquanto você se preocupa. O que toma conta dela? Você verá que uma contínua corrente de pensamentos está passando por ela - a maior parte desses pensamentos são negativos e totalmente desconectados entre si.

(Extraído do livro "Da preocupação ao deslumbramento")